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Zara Rutherford, aviadora belgo-britânica
A piloto Zara Rutherford teve de permanecer um mês na Rússia por causa das condições do tempo (BBC News/Reuters)

Conheça a mais jovem mulher a dar volta ao mundo em voo solo

Sexta-feira, 21 jan 2022 às 17h00

Zara Rutherford, de 19 anos, tornou-se a mulher mais jovem a voar sozinha pelo mundo em um desafio que durou 5 meses. A piloto belgo-britânica pousou em Kortrijk-Wevelgem, na Bélgica, dois meses depois do planejado por conta das condições adversas de tempo.

Durante a aventura, Zara ficou retida em solo por um mês na cidade de Nome, no Alasca, e por 41 dias na Rússia. Ao retornar à Bélgica, ela foi recebida por familiares, imprensa e fãs. Na aterrissagem, ela foi acompanhada por quatro aeronaves da equipe de acrobacia aérea Diabos Vermelhos Belgas.

'Tudo parece louco, eu ainda não consegui processar', disse Rutherford aos repórteres. Após o pouso, ela se enrolou nas bandeiras da Bélgica e do Reino Unido e, na entrevista coletiva, declarou que estava 'muito feliz' por ter se dado ao desafio de voar sozinha por 51 mil quilômetros ao redor do mundo.

'A parte mais difícil foi na Sibéria —estava extremamente frio e, se o motor pifasse, eu estaria a horas de um socorro. Não sei se eu sobreviveria', disse.

'Quero muito falar para as pessoas sobre minha experiência e encorajá-las a fazer algo louco com sua vida', afirmou. 'Se você tiver chance, aproveite.'

A aventura

O trajeto incluiu mais de 60 paradas em cinco continentes e começou em 18 de agosto do ano passado. A aviadora belga-britânica, que é filha de pilotos, disse que gostaria de inspirar garotas a entrar nas áreas de engenharia, matemática, ciência e tecnologia.

Ela bateu o recorde da americana Shaesta Waiz, que tinha 30 anos na época do seu desafio, em 2017. O homem mais jovem do mundo a fazer a circunavegação aérea tem 18 anos. Rutherford, além de ser a mais jovem mulher a estabelecer essa marca, é a primeira mulher a fazer o percurso em uma classe de ultraleve.

A jornada deveria durar três meses, mas problemas com o tempo atrasaram a viagem e estouraram o prazo do visto russo —e ainda nas proximidades do inverno siberiano. Quando ela chegou ao Alasca, apenas três de 39 voos puderam decolar, e ela ainda teve de esperar o visto chegar do consulado russo em Houston, nos EUA.

Mesmo quando a documentação chegou, ela teve de esperar três semanas para atravessar o Estreito de Bering, que separa o Alasca da Rússia.

O frio da Sibéria

Em um post em vídeo no Instagram ela disse: 'Faz 18 graus negativos e minhas mãos estão literalmente geladas. Estou aqui já faz quase um mês.'

'O tempo não tem estado muito bom. Toda vez ou a Rússia está com tempo ruim ou é Nome [no Alasca] que tem problemas', afirmou.

Quando estava na Sibéria, as temperaturas atingiram 35 graus negativos em terra e 20 graus negativos na altitude. Um mecânico bloqueou parte da entrada de ar para manter o motor quente no frio extremo.

Apesar dos ajustes na aeronave, a piloto foi forçada a permanecer no solo por algum tempo em duas cidades russas: em Magadan ela ficou uma semana, e três em Ayan.

Apesar das dificuldades e após passar o Natal e o Ano Novo longe da família, ela estava animada em postagens no Instagram. Um outro desafio foi ter sobrevoado em meio à fumaça de um incêndio na Califórnia.

O avião teve problemas de funcionamento com a obstrução de um tubo pitot (um instrumento de medição) no Novo México, nos EUA, e um pneu furado adiou os planos em Singapura. Em Veracruz, no México, ela sentiu um terremoto em um quarto de hotel no sexto andar:

'De repente, o prédio começou a balançar. Acho que eu nunca desci escadas tão rapidamente. Pensei que a parte mais perigosa da viagem seria pelo ar...'

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